O Respeito à Diferença

       O Respeito à Diferença

Vivemos num mundo que não sabe conviver com a diferença. Não é uma constatação nova. Boa parte da história da humanidade tem sido escrita pelos embates entre grupos que fazem de suas diferenças étnicas, religiosas, culturais, ideológicas, econômicas ou políticas o germe de rivalidades inconciliáveis. É a ideia absurda de que pode haver paz e respeito mútuo entre iguais.
É da natureza do ser humano fazer determinadas comparações, afinal, em alguns aspectos elas são importantes para que seja possível julgar aquilo que é bom ou não para nós, por exemplo, as comparações de preço, as comparações entre um estilo de música, de roupa, de comida. Ou seja, em determinadas situações, a comparação é necessária para que se façam escolhas e julgamentos. O problema da comparação surge quando as pessoas passam a fazer competições com base em suas diferenças, tentando provar que a própria opinião é a única aceitável, e que o pensamento alheio é reprovável. Quando nos comparamos demais aos outros, ficamos a um passo de nos sentirmos fracassados, inferiores e frustrados, pois sempre haverá diferenças, e sempre haverá qualidades nos outros que não enxergamos em nós mesmos. Ou, em outra análise, podemos começar a nos sentir superiores, o que também não é nada saudável.
É lamentável quando a gente percebe que não há mais respeito pelo ser humano. O homem, principalmente os que lideram, muitas vezes passam por cima do seu semelhante para mostrar que tem o poder, que mandam. Há pessoas que mudam completamente seu modo de ser quando assumem algum cargo dentro do seu trabalho, da sua comunidade. Até existe um ditado que diz: "quer conhecer uma pessoa, dê a ela o poder". Infelizmente, com o poder nas mãos, a maioria das pessoas muda. Perdem a humildade, se tornam agressivas, mandonas, nariz empinado. Geralmente as pessoas que agem assim não têm sua personalidade formada. É inseguro. Tem medo de perder seu lugar para o outro. Percebe-se que tem alguém fazendo sobre, logo dá um jeitinho de mandá-lo pra bem longe.
Para que possa haver uma convivência social fraterna e cristã é preciso que líderes e liderados procurem se respeitar. Numa comunidade onde o amor fraterno não existe, logo começam as brigas, as desavenças, os ataques, as suspeitas. Quem é liderado deve cumprir seu dever, mas precisa ser respeitado. Quem é líder, deve ser humilde, capaz de ouvir, respeitar e caminhar junto com o grupo. É assim que se forma uma verdadeira comunidade. Somos todos os irmãos, filhos do mesmo Pai. Ninguém é maior, nem menor, somos todos iguais.Não aceitar a opinião do outro é normal e até mesmo saudável para o progresso da humanidade. Precisamos ter nossos próprios pontos de vista, mas também podemos crescer ao ponderar sobre aquilo que as outras pessoas pensam, e temos todo o direito de não concordar com o que o outro pensa ou diz, temos o direito, inclusive, de defender nossos pensamentos, mas existem maneiras e maneiras de se fazer isso. Eu posso muito bem ter o desejo de mostrar por que acredito que Deus existe, mas não preciso reprovar o ateísmo ou ofender os ateus. E se os ateus pretendem defender suas próprias crenças, eles não precisam atacar aqueles que seguem uma religião. O homem tem o livre arbítrio, e pode acreditar no que quiser, mas mostrará que tem bons princípios se souber medir a “força” de suas palavras antes de atingir seu semelhante.
O que precisamos de fato é mensurar nossas atitudes em relação às diferenças alheiras. Embora haja liberdade de expressão, temos que tomar cuidado com o que escrevemos, dizemos ou fazemos ao nos dirigirmos a nossos irmãos. Palavras machucam e ecoam em nossas mentes e nossos corações para sempre. Ficam guardadas em algum lugar de nosso subconsciente e uma pequena fagulha pode trazer à tona várias feridas. Defender a própria opinião não significa que seja necessário rebaixar uma ideia contrária ou simplesmente diferente. E respeitar a opinião alheia não quer dizer que não temos a nossa própria, mas sim, que não somos a mesma pessoa e temos todo o direito de acreditar naquilo que quisermos.
Se existem barreiras, é porque nós mesmas as criamos. Precisamos parar de nos concentrar em nossas diferenças e procurar o que temos em comum. Depois, podemos começar a perceber nosso maior potencial e realizar o maior bem neste mundo. (...) Que possamos compreender o quanto precisamos umas das outras e que todas amemos melhor umas às outras”.
Enfim, antes de julgar nossos semelhantes, que possamos pensar que ele não é e nunca vai ser igual a mais ninguém. Antes de criticá-lo cruelmente, que tentemos compreender seu ponto de vista. E antes que façamos comparações injustas, que possamos enxergar em nós e em nossos semelhantes os atributos que tornam o mundo tão cheio de riquezas e diversidades. E aquilo com o que não concordamos que possamos ao menos respeitar para que possamos ser respeitados quando as nossas ideias também forem únicas.

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